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G'ANDA MÁRIO

Atualizado: 7 de mar. de 2019

Porque não se há-de falar de outras alternativas sociais e políticas, de outras orientações só porque uma maioria temporária não concorda. Porquê?

Se, os abichanados se acham no direito de a população escutar as suas diatribes, porque não tenho o direito de achar que podem ouvir as minhas contra eles? Porquê? Porque se hão-de engalinhar os gajos e gajas que defendem exacerbadamente os animais (outra minoria) e eu por não gostar de animais não posso exaltar-me contra eles? Porquê? Porque não posso chamar bêbado a alguém que exagera no consumo de álcool e, esse alguém, protegido pela doença pode ofender-me e tentar agredir-me (não um sujeito, mas como minoria)? Porquê? Porque não podem todas as minorias serem devidamente e equitativamente escutadas e vociferadas nas suas contestações? Porquê? Porque não posso ser admirador de Salazar (uma grande minoria) mas, os outros podem ser fanáticos pelo igualmente extinto Cunhal?

É que sejamos verdadeiros e honestos, o país é composto de minorias que, por diversas opções, se tornam coligações de interesses comuns minoritários, tornando-se pontualmente maiorias, e quando chegam a esse estado maioritário, tentam impedir as outras alternativas que são, entretanto minorias, porque nesse dado espaço de tempo, não conseguem ser em maior número. As minorias aglomeradas quando se desagregam, tornam-se minorias de novo e subalternadas em relação a outras maiorias mais numerosas entretanto potencializadas a maiorias. Confuso? Talvez. Mas, é a realidade.

Custa assim tanto a estes parvos que se acham governantes e líderes de opinião entender que, cada um de nós tem direito a manifestar-se contra tudo o que não for da sua concordância?

Discordo do ângulo de abordagem da entrevista que se tornou viral a Mário Machado. O erro foi tentar-se branquear as culpas acumuladas ao longo da sua vida e que terá de viver sempre com elas. O Homem não é nenhum coitadinho e tem de assumir que, basicamente continua a ser uma pessoa conflituosa. Quanto ao resto nada mais a opinar.

O que se passa com esta imprensa é que, em manada, seguem a máxima romana, aprovada e incentivada pelos governos de ‘dividir para reinar’. Quantas mais minorias houverem tanto mais difícil é perder o poder. Também, podemos citar a famosa letra aproveitada por sectores minoritários, que diz “ não há MACHADO que corte a raiz ao pensamento”, nem mesmo com cunhas parlamentares. Mário Machado, talvez inconscientemente continua a aproveitar as brisas da desestabilização e a prestar um excelente serviço a minorias, que estão a agregar-se para se tornarem maiorias, dentro em pouco. É esse o mérito do fulano. Ao centrar em si os focos da fama, outros activistas, militantes e intelectuais de direita, vão construindo alicerces de elevação ideológica.

De uma maneira geral concordo, e sempre concordei com muitas das afirmações do ex-líder dos hammerskins, como foi referido à uns tempos numa das edições do XOK MAGAZINE. Atabalhoado, com essas justificações por causa do efeito do politicamente correcto, acaba por se tornar instável. As convicções devem ser como os pénis ou as vaginas, acompanham-nos (se formos normais) do nascimento até há morte. Ele hesita e tenta zigue-zaguear. Erro.



Por outro lado, o maricas do perguntador, estava mais interessado em armar-se em voz do presente (no passado teria sido internado compulsivamente) do que em referir que o Mário Machado foi o primeiro a revelar a tramóia de José Sócrates, agora caso Marquês. O escândalo dos milhões foi despoletado pelo Mário. Isso era interessante porque mostra que a corrupção que se tenta escudar em questões de lana-caprina política. Podia ter sido um bom bocado de alerta social para a corrupção política (referida superficialmente pelo moço) e para o alerta da baixeza social, educativa e social em que o país se arrasta.

Mas não, optou-se pela comparação do incomparável, pelo absurdo da possibilidade pelo tentar polémica onde existem factos. Também, não se pode exigir rigor e critério de qualidade nas entrevistas de personalidades mais requintadas nos ideais, num canal televisivo para donas de casas ressabiadas, velhos empoeirados, aberrações lgbt. Canal com mira apontada ao lucro, que vive do sexo primário em programas recheados do intelecto mais miserável e imbecil que existe na sociedade portuguesa em termos de comportamento.

Estragou-se uma óptima ideia de rúbrica com o espalhafato do apanascado animador. Todavia, não é o único atoleimado a ter tempo de antena. Todos os canais estão a tresandar de inúteis lgbt. A televisão actual enoja. A televisão actual, rebaixa as minorias e inaltece o asco, o vómito, o piroso, o ordinário. É uma televisão miserabilista, ininteligente a soldo do adormecimento da intelectualidade.

Quanto ao g’anda Mário está tudo, quase dito. Mas, a TV, agora, super tecnológica e de conteúdos ultramodernos está ao nível da dos anos 80, quando os Táxi (grupo rock/pop, entretanto, impedido de se reunir com o mesmo nome) gritavam bem alto “Quem vê têvê, sofre mais do que no wc”.

Massacram os espectadores com futebol a eito, com comentadores maioritariamente redutores do discurso de qualidade. Entristecem os sonolentos observadores do plasmáticos ecrãs, com o número de mortos no Mediterrâneo a ascender a mais de 500. E os mortos anuais nas nossas estradas que ultrapassam os 300? É uma percentagem substancialmente maior do que a dos que fugiram, por mar, de uma guerra civil que já amansou. Assim sendo, porque continuam a vir-se? A chegar a esta terra outrora linda, calma, pacífica e portuguesa?

Por estas e por outras é que deixei de ver televisão generalista. Prefiro pornografia e erotismo normais (os grandes opiáceos da humanidade); canais de música (não o Trace Toca ou Afro Music); filmes clássicos; documentários e informação seleccionada.


T.V.W.C. - TÁXI

Que tremenda situação De quem vê muita televisão A não ser que queira dormir sem fim Então ela é melhor que Lorenin

E se falo desta maneira É por ela ser tão foleira Não transmite nada de jeito leva-me a taxa sem dar proveito

Quem vê TV Sofre mais que no WC

Na abertura o desenho animado Logo depois o telejornal Mais à noite um filme ultrapassado E ao fim o Hino Nacional

Quando ligo o primeiro canal Sempre o anúncio do sabão tal E se mudo para o segundo Então é que é o fim do mundo

Quem vê TV Sofre mais que no WC


Texto: Fernando de Sucena (Investigador de informação; Jornalista; Escritor e Formador). 2018©/Produtores Reunidos©

Imagens: Google©


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