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AFINAL, O QUE É SER DE DIREITA?

Atualizado: 15 de nov. de 2018

A direita que podia mudar a forma como muita gente olha para nós não é a direita que está maioritariamente nos partidos políticos portugueses

Ao longo dos últimos anos, uma direita quase envergonhada expressava-se a medo. Se falássemos na liberalização do mercado de trabalho, no cheque-ensino ou na necessária e urgente redução do peso do Estado na economia, eram-nos logo atirados à cara os rótulos de “fascista” e “neoliberal”.

Por outro lado, se o tema fossem os costumes, o caso tornava-se ainda mais grave. Quem era contra o aborto era machista, quem era contra a palavra “casamento” na união civil entre casais do mesmo sexo era homofóbico, quem não defendia a liberalização das drogas leves era bota-de- -elástico, e por aí adiante. Sinto-me muito à vontade sobre este tema visto ser, ao contrário da maioria da direita, favorável a quase todos os temas “fraturantes”, com exceção do aborto.

A esquerda, nos últimos anos, transformou-se na polícia dos costumes. Assumiu para si própria, para os jornais onde está maioritariamente nas redações, para as escolas públicas onde controla a maioria dos sindicatos e para a sociedade em geral, que só as suas opiniões são válidas, que só eles têm razão na forma como olham o mundo. Todos os outros são vistos aos seus olhos como bestas presas ao passado e como mentes delirantes que têm como único propósito na vida perseguir os mais pobres.



Vejamos o exemplo das próprias pessoas de esquerda, como Sérgio Sousa Pinto e Francisco Assis, que só por questionarem esta solução de governo foram logo apelidados pelo resto da esquerda como reacionários.

Em reação a um mundo onde a esquerda veio impor não só as suas ideias, mas também os seus preconceitos, apareceram demagogos como Trump ou Bolsonaro. Políticos que aproveitam, com arte e mestria, esta sensação de que a esquerda anda a impor-nos um estilo de vida e uma maneira de ver o mundo que não fomos nós a escolher.

É bom que se perceba que ser de direita não é nada disto. A direita moderna, um pouco por todo o mundo, afirma-se na defesa da liberdade económica, da memória histórica da identidade das nações, na luta por países mais prósperos e onde se reconheça o esforço inerente à iniciativa privada. Ser de direita é, antes do mais, querer que o nosso país seja mais evoluído e que existam mecânicas que permitam que qualquer pessoa, independentemente das circunstâncias em que nasce, possa ter sucesso na vida. Esta é a direita da liberdade, esta é a direita que faz falta.

Infelizmente, a verdadeira direita. A direita que podia mudar a forma como muita gente olha para nós não é a direita que está maioritariamente nos partidos políticos portugueses. É uma direita que está focada nas suas carreiras, na sua família e nas suas empresas. Talvez esteja na hora de sairmos à rua e de nos prepararmos para termos intervenção cívica e política. É esta a nossa hora.


Texto: João Gomes de Almeida

Imagem: Google©


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56 visualizações2 comentários

2 Comments


Unknown member
Nov 06, 2018

Coitados dos sinais de trânsito associados a um tema destes kkkkk

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Unknown member
Nov 03, 2018

Texto interessante.

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