Estamos na fase em que, descoberta a facilidade de usar Inteligência Artificial, tudo poderá ser alvo da sua acção. Sabemos que uma escova de dentes pode ter IA, um dispositivo móvel, o nosso carro e até o espelho do seu WC.
Por falar em WC, sabia que há sanitas com tecnologia capaz de usar a Inteligência Artificial para analisar os dejectos humanos e diagnosticar doenças? Vamos perceber que mundo é este que nos estão a oferecer.
Sabemos que o WC é um local de culto para muitos, um sítio de retiro para outros e que a maioria leva o smartphone ou o tablet (já nem falamos no PC) para dar como útil o tempo de evacuação. Antes andávamos a ler rótulos dos shampoos e outros frascos por lá existentes e hoje, com a modernidade dos dispositivos móveis, temos mais informação.
No Japão, terra de todas as possibilidades, onde a excentricidade não tem limite e a cultura da higiene é levada ao extremo, ter uma sanita com tecnologia de lavagem e com sensores variados é normal. Mas e se o vaso fizesse também “análises” ao que lá deixamos?
Essa parece ser a ideia de Sanjay Mehrotra, director executivo da fabricante de semi-condutores Micron Technology. Este responsável tem planos para colocar a Inteligência Artificial a trabalhar para nós num patamar mais íntimo. Prevê ser possível em breve os WCs conseguirem analisar e digitalizar os nossos dejectos e criar informação médica para nos ajudar a prevenir ou actuar em caso de doença.
A proposta não é apenas ter sensores, isso já existe desde 2015 no Japão. Desde há vários anos que as sanitas fornecem dados brutos (WCs capazes de medir o fluxo de urina do utilizador). Agora, o que é proposto passa por instalar dispositivos com capacidade de identificar os sinais subtis (diferentes em cada pessoa) que poderiam ser um indicador de algo mais sério. O nosso quarto de banho, portanto, seria por si só uma ferramenta de diagnóstico de saúde. A ideia é ter uma “sanita inteligente”.
Num evento de tecnologia, que decorreu nos Estados Unidos na semana que passou, Sanjay Mehrotra referiu numa conferência que “A medicina está a caminho de se tornar medicina de precisão”, referindo-se a tratamentos cada vez mais precisos, com adaptação a cada indivíduo.
Em exemplo foi colocado o típico exame que as pessoas fazem às fezes e à urina, como método frequente para detecção de vários tipos de doenças (de infecções estomacais, diabetes, doenças sexualmente transmissíveis, entre outras…). Portanto, é bem-vinda a tecnologia que permite ao paciente fazer estas análises sem estar confrontado com alguém, tornando o momento embaraçoso. Bastava ir ao WC e ter essa informação totalmente disponível em formato digital.
Esta abordagem já não é de agora. Há dispositivos, como lentes de contacto pensadas para analisar se o utilizador tem diabetes oculares, também há outros dispositivos que fazem este tipo de análise.
Esta ideia parece não ser de agora também, há quem leve o assunto a outros níveis:
Mas fica a ideia de que, em breve, com a ajuda dos muitos sensores que hoje existem, com a aplicação de Inteligência Artificial e com dispositivos dedicados a certas áreas, estar sentado na sanita vai passar a ter muito mais significado.
No entanto, não é o único projecto relativo ao esmerado tratamento da bosta, digno de registo tecnológico. Também Bill Gates apresentou recentemente um alternativa ecológica.
Bill Gates apresenta sanita que não precisa de água nem ligação à rede de saneamento
O projecto foi apresentado em Pequim e pretende melhorar as condições de saneamento dos países mais pobres.
Bill Gates, fundador da Microsoft, apresentou recentemente um novo modelo de sanita que não necessita nem de água nem de ligação aos sistemas de saneamento porque tem a capacidade de transformar os dejectos em fertilizante.
A apresentação do modelo decorreu em Pequim, numa exposição dedicada a novas soluções sanitárias. “Esta exposição apresenta, pela primeira vez, tecnologia e produtos de saneamento descentralizados e totalmente novos, e prontos a serem comercializados", disse Gates, em comunicado.
O modelo, que segundo o multimilionário poderá vir a diminuir o número de crianças que morrem nos países mais pobres, está já a ser testado na cidade de Durban, África do Sul, onde estão também em curso outros modelos que se alimentam a energia solar.
O protótipo é o resultado de um investimento de 200 milhões de euros desde 2011 feito pela fundação que o filantropo e a sua mulher fundaram.
Jim Yong Kim, presidente do Banco Mundial, identificou como uma das prioridades para a sua organização o saneamento e, por isso, vai juntar-se à Fundação Bill e Melinda Gates para fazer com que todas as partes do mundo possam ter instalações sanitárias seguras. "Os sistemas que se podem difundir com rapidez e proporcionar um saneamento seguro e sustentável às comunidades são fundamentais para a qualidade de vida e desenvolvimento do capital humano", disse Yong Kim em comunicado.
Texto: SAPO com Agências (adaptado e condensado por equipa XOK Magazine)
Imagens: SAPO e Google
Imagens alteradas em 05/04/2019
000138
Já existem casas de banho, pelo menos nos urinóis dos homens, em centros comerciais sem água. A seguir vai ser com as cacas...
Qualquer dia temos de tomar comprimidos diários com chip dentro para sair junto com os cagalhões e por-se num leitor de cartoes para sabermos coisas que desconhecemos de nós mesmos.
Coisas estranhas para se falar. Mas, do blog já espero tudo. Isto nem é do pior.