Numa bela manhã de domingo, fui invadido por uma nostalgia do passado e, resolvi, em casal, nas calmas, irmos até Belém, com um céu encoberto, visitar a exposição Gigantes da Idade do Gelo e a Evolução Humana.
Bastante gente, como tem sido habitual nos últimos dias, e muito trabalho para os olhos. Gostámos particularmente, da forma como os monstros estão construídos e a evolução do homem.
Na exposição "Gigantes da Idade do Gelo e a Evolução Humana" estão patentes pontos de ligação surpreendentes entre passado e presente.
A exposição, montada num espaço com cerca de 2500 metros quadrados, começa com um documentário sobre o tema e leva depois o espectador para uma série de cenários onde podem ser vistos uma série de “gigantes” já extintos nos seus habitats originais. Gigantes da Idade do Gelo, pretende ser uma aula de História sobre a evolução do planeta e do Homem: a descoberta do fogo, a caça, as gravuras e o dia-a-dia.
Mamutes, tigres-dentes-de-sabre e muitas outras espécies à escala 1:1, numa viagem até à Idade do Gelo.
O homem vivia atormentado pelas mudanças dramáticas no clima. No entanto, o continente europeu ofereceu-lhe tudo o que era necessário para este sobreviver, desde que fosse nómada. Com as sucessivas viagens foi-lhe proporcionado um conhecimento mais abrangente da natureza e os seus processos asseguravam a sua sobrevivência.
Assim podemos viajar a mundos distantes, desde as mais quentes e húmidas eras que a Terra conheceu, até uma das mais frias, a Idade do Gelo.
O visitante pode conhecer as últimas descobertas científicas e as mais avançadas técnicas de recriação, que mostram como eram os animais desta época e também as paisagens e aos sons de mundos extintos. Há 65 milhões de anos, a extinção dos dinossauros deixou-nos um vasto legado de vida animal. Trata-se de uma exposição educativa e lúdica para toda a família, com figuras hiper-realistas em tamanho real que documentam a evolução do homem primitivo, utensílios e artefactos usados por ele, galeria de fósseis, galeria de animais com réplicas em tamanho real entre muitas outras coisas que não vai querer perder.
Os Gigantes da idade do Gelo” é uma exposição com cerca de 3.000 mts2 direcionada para o público em geral, especialmente as famílias e crianças que proporciona uma magnifica viagem por um Tempo da vida do Planeta onde podemos encontrar Animais de então já extintos, e a Evolução Humana.
A mostra está dividida em sectores que facilitam a visita.
A IDADE DO GELO
Há 65 milhões de anos, a extinção dos dinossauros deixou-nos outro legado de vida animal.
Deu-se então uma sucessão de outras fantásticas criaturas que surgiram e desapareceram quase sem nada sabermos sobre elas!
Apesar de ser desconhecido por muitos de nós, o nosso planeta foi o habitat de muitos seres bizarros que eram, ao mesmo tempo, criaturas fascinantes e que ainda hoje julgamos serem apenas fruto do nosso imaginário!
Mas elas existiram mesmo e habitaram várias zonas no nosso planeta, desde a que conhecemos hoje como Américas (do Sul e do Norte) até à Nova Zelândia!
Ao período em que estes animais deambularam pelo mundo que hoje habitamos, embora ele não fosse exactamente como actualmente o conhecemos, damos o nome de Idade do Gelo (também conhecido por Era do Gelo, Período Glacial ou Era Glacial), expressão que designa um período geológico de longa duração de diminuição da temperatura na superfície e atmosfera terrestres, tendo como resultado a expansão dos mantos de gelo continentais e polares, bem como dos glaciares alpinos.
As causas dos períodos glaciais não estão totalmente explicadas. Acredita-se que diversos factores tenham sido importantes, entre eles: a composição da atmosfera; mudanças na órbita da Terra em torno do Sol conhecidas como ciclos de Milankovitch (e possivelmente a órbita do Sol em torno da galáxia); o movimento das placas tectónicas; variações da actividade solar; actividade vulcânica.
O ancestral humano deste período é denominado Homem de Cro-Magnon, que convivia com espécies animais já extintas, como os mamutes, os leões-das-cavernas e os cervos gigantes, entre outros.
CRIATURAS FASCINANTES
Podemos agora saber mais sobre animais como o Andrewsarchus Mongoliensis, um mamífero primitivo, semelhante a um lobo, mas com o tamanho de um rinoceronte, que viveu durante o Eoceno, entre 45 e 40 milhões de anos atrás.
O Megatherium (ou Megatério) era uma preguiça gigantesca que viveu do Plioceno até ao Pleistoceno, há aproximadamente 20 mil anos, nas Américas do Sul e do Norte.
A Moa é uma espécie extinta de ave não voadora pertencentes à família Dinornithidae. O grupo era endémico da Nova Zelândia e os seus representantes eram os herbívoros dominantes do seu ecossistema.
O Mamute é talvez o mais famoso animal extinto pertencente a este período e tratava-se de um ser pertencente ao género Mammuthus e à família Elephantidae incluída nos proboscídeos.
Tal como os elefantes dos nossos dias, estes animais apresentavam tromba e presas de marfim encurvadas, que podiam atingir cinco metros de comprimento, mas tinham o corpo coberto de pelo.
Estes animais extinguiram-se há apenas 12.000 anos e foram muito comuns no Paleolítico, onde foram uma fonte importante de alimentação do Homem da Pré-História.
O Smilodon, ou Tigre de Dentes-de-Sabre, é outra das criaturas mais famosas deste período, sendo um género extinto de felídeo da subfamília Machairodontinae. É o mais conhecido dos dentes-de-sabre e viveu durante o Pleistoceno (há entre 2,5 milhões e 10 mil anos), mais especificamente. Os Smilodons percorriam a América do Sul e Norte entre cerca de 700.000 anos a 11.000 anos atrás. Vários fósseis foram encontrados em La Brea.
A EVOLUÇÃO HUMANA O HOMEM NEANDERTHALENSIS
Há cerca de, entre 40 mil e 20 mil anos atrás, um grande período de glaciação fez com que as populações humanas abandonassem o Norte da Europa para se refugiarem no Sul do continente, em busca de um clima mais quente.
Como a população se concentrou mais e também cresceu em número absoluto, os territórios vastos, que favoreciam as caçadas, começaram a escassear.
Alguns achados arqueológicos da época mostram que o Homem tratou de desenvolver novas estratégias de sobrevivência, como o consumo de animais mais fáceis de apanhar (coelhos, peixes e crustáceos).
Mas as caçadas só começariam a perder, de facto, a importância que tinham, 10 mil anos depois, quando teve início a domesticação de alguns animais.
Era o que faltava para tornar menos árdua a tarefa dos nossos ancestrais na hora das refeições.
AS PINTURAS RUPESTRES A ARTE NA MÃO DO HOMEM PRÉ-HISTÓRICO
Na vida do Homem Pré-Histórico tinham lugar a Arte e o espírito de conservação daquilo de que necessitava.
Estudos arqueológicos demonstram que o Homem da Pré-História (a fase da História que precede a escrita) já conservava, além de cerâmicas, armas e utensílios trabalhados na pedra, nos ossos dos animais que abatiam e no metal.
Arqueólogos e antropólogos, que datam e estudam peças extraídas em escavações, conferem a estes vestígios o seu real valor como “documentos históricos”, verdadeiros testemunhos da vida do Homem em tempos remotos e em culturas extintas.
FOGO, A DESCOBERTA QUE MUDOU A HUMANIDADE
Até que, um dia, talvez ao observar uma árvore atingida por um raio, os hominídeos primitivos descobriram algo que alteraria completamente o rumo da nossa evolução: o fogo.
Ao dominar essa entidade outrora desconhecida, ao Homem passou a ser possível aquecer-se, proteger-se dos predadores e ainda cozinhar os alimentos para a sua subsistência.
Como nenhuma outra criatura do nosso planeta, conseguimos usar a nosso favor um fenómeno natural para ajudar a ultrapassar as dificuldades diárias.
O CONCEITO
A equipa que produziu a exposição “O Mundo dos Dinossauros” apresenta agora a exposição “Gigantes da Idade do Gelo e A Evolução Humana”.
As últimas descobertas científicas e as mais avançadas técnicas de recriação são combinadas para nos levar junto destes animais, às paisagens e aos sons de mundos extintos.
A exposição “Gigantes da Idade do Gelo” leva-nos numa viagem pelo tempo a mundos distantes, desde as mais quentes e húmidas eras que a Terra conheceu, até uma das mais frias, a Idade do Gelo!
Inserida também nesta exposição, estará patente “A Evolução Humana”, que nos mostra como ele era, como vivia e as características distintivas do Homem que descende dos animais que vivem nas árvores.
Gigantes da Idade do Gelo e a Evolução Humana é uma exposição educativa e lúdica para as famílias, com atelier para os mais novos, com diversas actividades.
A EXPOSIÇÃO
Sala Documentário
Projeção de documentários sobre a Idade do Gelo.
Galeria de Fósseis
Galeria de Animais (réplicas em tamanho real), Utensílios e Artefactos.
Galeria “A Evolução do Homem”
Figuras hiper-realistas em tamanho real, documentando a evolução do Homem primitivo, como por exemplo o Neanderthalensis.
Exposição “Idade do Gelo”
Cenários que reproduzem situações do quotidiano do Homem primitivo e sua convivência com os gigantes animais que habitavam a Terra.
Atelier Espaço onde os mais jovens podem viver a aventura de um explorador e descobrir artefactos arqueológicos que remontam à época da Idade do Gelo.
Até dia 10 de Março de 2019 , com o horário de Segunda a Sexta das 10h00 às 18h00; Sábados, Domingos e Feriados das 10h00 às 20h00, na Cordoaria Nacional, em Belém, na Avenida da Índia, junto ao palácio de Belém, pode visitar esta aliciante exposição que nos remete para o que tentamos esquecer: A nossa ancestralidade de espécie.
Os bilhetes custam: 8 € (dos 3 aos 11 anos); 11 € (adulto), sendo grátis a entrada para crianças de todas as cores e credos até aos 3 anos.
Os esclarecimentos poderão ser obtidos através do telefone 213646128. Informações no sítio
Até 10 de Março de 2019
Texto: Fernando Skinrey (Investigador de informação; Jornalista; Escritor e Formador). 2019©/Produtores Reunidos© - com apoio do Press kit do Gabinete de Imprensa da organização.
Imagens: Google©
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